A estrela azul de Juan Miró
Como anunciado no início do ano, o avatar da Canopus seria trocado algumas vezes ao longo de 2012, em homenagem aos 15 anos da agência. Depois de Van Gogh com sua belíssima “Noite Estrelada” agora é a vez do espanhol Juan Miró com “Estrela Azul”.
Descrito pelo próprio Miró (1893-1983) como um ponto de inflexão em sua trajetória artística, “Estrela Azul” possui símbolos e elementos surrealistas que o pintor repetiria em suas obras posteriores. A cor azul influiu não só em seus trabalhos posteriores, mas nas obras de outros artistas, como o letão Mark Rothko (1903-1970) e o francês Yves Klein (1928-1962).
“É um dos trabalhos mais importantes de Miró, porque representa a transição entre a arte figurativa e a abstrata”, afirmou Helena Newman, responsável pelo departamento de Arte Impressionista e Moderna da Sotheby’s. A especialista ressaltou que os trabalhos do pintor no período de “Estrela azul” são “modernos, atemporais e refletem um rico universo”, qualidades que, em sua opinião, transformam essas pinturas no tipo de obra que os colecionadores internacionais de hoje em dia estão procurando.
“Estrela Azul” já tinha batido o recorde de cotação para uma obra de Miró em 2007, quando foi arrematado em 11,6 milhões de euros (R$ 30,1 milhões) em Paris. O lance, no entanto, foi superado em fevereiro deste mesmo ano pelo quadro “Poema Pintado”, de 1925, vendido por 16,8 milhões de libras (R$ 54,2 milhões).
A obra de Miró entrou para a série de recordes batidos nos últimos meses em um mercado da arte em efervescência, no qual uma versão de “O Grito” rompeu em maio todos os registros dos leilões de arte ao ser comprado por US$ 120 milhões (R$ 247,5 milhões).
Além de “Estrela Azul”, o quadro do também espanhol Pablo Picasso “Homem Sentado” (1972) foi arrematado no mesmo leilão londrino desta terça-feira em 6,2 milhões de libras (R$ 20 milhões).